VERNE EM VIGO
Jueves, 10 Febrero 2022
O escritor francês Julio Verne dedica à Baía de Vigo um dos capítulos de “Vinte mil léguas submarinas”, a alimentar a lenda sobre o tesouro de Rande com o seu personagem popular Capitão Nemo e o não menos famoso submarino Nautilus, que lhe permite recuperar o ouro sepultado baixo as águas depois da Batalha de Rande para financiar as suas aventuras.
Julio Verne chegou inclusivamente a conhecer a Ria de Vigo anos depois de escrever o livro, quando procurava refúgio dum temporal para o seu maravilhoso iate Saint Michel III, de 31 metros. Chegou à Ria no dia 1 de junho de 1878 e durante os dias que esteve na cidade recebeu diversas demonstrações de afeto dos vigueses, pela propaganda que a sua famosa novela faz da Ria de Vigo.
Na sua segunda visita, seis anos depois, vem a procurar ajuda técnica e assim conhece o industrial vigués Antonio Sanjurjo Badía, proprietário da oficina ‘La Industriosa’, situada no Arenal, onde repara uma avaria do iate. Não existe uma prova escrita da amizade que a tradição atribui ao escritor e ao que anos depois, construiu um submarino que levou com sucesso ao fundo da nossa ria. Porém, o engenhoso submarino do Sr. Antonio que, atualmente pode ser visitado no Museu do Mar da Galiza, conta melhor que ninguém a capacidade do povo de Vigo de transformar em realidade os sonhos...
E de não esquecer. No primeiro centenário da morte de Julio Verne em 2005, a Associação de Mulheres Empresarias de Pontevedra encomendou uma escultura em bronze ao artista viguês José Molares e doou-a à cidade. A obra está situada no Cais do Comércio. Nela, o escritor está sentado sobre os tentáculos dum calamar gigante que na novela ataca o Nautilus. Os miúdos que visitam Vigo adoram fotografar-se sentados no monumento.